Fusca

FUSCA, O DIA NACIONAL!

20 de Janeiro. Esse é o dia em que é comemorado em território nacional o lançamento, existência e infinitas histórias do saudoso “Fusquinha”. De origem alemã, se espalhou por dezenas de países com 21,5 milhões de unidades comercializadas. Dessas, 3 milhões foram fabricadas no Brasil e é historicamente o terceiro carro mais vendido no país (perdendo apenas pra Fiat Uno e Volkswagen Gol). O México teve o privilégio de vender as últimas unidades do Carocha (apelido mexicano do Fusca), em 2003.

Volkswagen, tradução: carro do povo. Em meados de 1933, entre a primeira e segunda guerra mundial, Hitler precisava de um carro barato para movimentar a economia alemã que estava fragilizada. Em paralelo, precisava de um veículo militar robusto o suficiente para encarar a segunda guerra mundial que se aproximava. Estabeleceu pré-requisitos básicos, como o veículo deveria ser econômico, ter capacidade de levar 2 adultos e 3 crianças, alcançar a velocidade de 100km/h, ter manutenção simples e barata e custar menos que 1000 marcos alemães. No ano seguinte Ferndinand Porsche apresentou o projeto ao ditador que, após evoluções e debates, se consolidou no formato que permaneceu por décadas no mercado. Em terras tupiniquins, desembarcou em 1950 ainda importado da Alemanha. A partir de 1953, após a proibição de Getúlio Vargas da importação de veículos já montados, o Fusca chegava no Brasil desmontado em caixas, e era montado em um regime denominado Completely Knocked Down – CKD. Só em 1959 ele passou a ser fabricado aqui, com 54% das peças nacionais.

Fafá de Belém, Cornowagen, Bananinha, Bizorrão, Pé de Boi, Itamar... variações de pseudônimos para o mesmo carro. De estrutura simples e modular, foram derivados os Karmann Ghia, TL, Variant, Brasília e fora de série nacionais como o Puma além de muitos outros.

 A história do Fusca ainda se mistura com a política nacional em outras situações curiosas, como a versão Pé-de-Boi: Em 1965 o governo liberou uma linha de crédito para financiamento de veículos novos, com o objetivo de incentivar a economia automotiva no país. Porém o valor era muito baixo e obrigou as fabricantes a simplificarem seus carros de entrada. A Volkswagen levou ao pé da letra, retirou os cromados, retrovisores, tampa do porta luvas, rádio e medidor de combustível. Simplificou os bancos e havia somente duas opções de cores além de outros acessórios excluídos. Era o simples do simples, e ironicamente hoje é peça cara e disputada entre colecionadores. Um outro “causo”, aconteceu em 1992 quando o vice presidente Itamar Franco assumiu a presidência do país. A história oficial conta que o Sr. Itamar estava inconformado com os preços dos veículos de entrada nacionais, e com o objetivo de dar oportunidade à classe média de ter seu carro próprio, baixou o Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI para apenas 0,1%. Isso seria aplicado porém a veículos 1.0 ou refrigerados a ar. O Fusca havia saído de linha em 1986, e após uma reunião entre o Itamar Franco e o presidente da Volkswagen, decidiu-se pelo retorno da fabricação e venda do besouro em 1993. As outras histórias contam que era apenas um capricho do presidente, ou que ele queria agradar a namorada que possuía um Fusquinha 1981. Verdade ou não, a ressucitação do Fusca não foi vista com bons olhos pela matriz alemã. E era um carro com estrutura projetada 50 anos antes, portanto a segurança, desempenho e economia de combustível estavam consideravelmente defasados comparados aos populares da época. E o preço também não era convidativo. Saiu de linha de vez em 1996, depois de pouco mais de 46 mil unidades produzidas e não retornou mais.

Obrigado Fusca!

Yuri Rodrigues Leite

ENTUSIASTA  AUTOMOTIVO DESDE OS TEMPOS DE VELOTROL, ME DEDICO EM BUSCA DE CONHECIMENTO TÉCNICO E MERCADOLÓGICO DO UNIVERSO AUTOMOBILÍSTICO. 
FORMADO EM ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO PELA UFOP.
TRABALHO ATUALMENTE NO RAMO DE ENERGIA – SUBESTAÇÕES. 
CARRO BOM É CARRO BEM CUIDADO!

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