No dia da Independência do nosso país uma reflexão importante ganha prioridade, quando conseguiremos a independência individual, a autonomia, liberdade de pensamentos, ações e escolhas?
Sabemos que a convivência não é fácil, somos indivíduos com opiniões, crenças, valores e contextos diferentes. Mas é fundamental que exista respeito e aceitação.
Em tempos remotos manifestações de intolerância resultaram em violências e podemos citar uma das maiores tragédias da humanidade: o Holocausto – durante o Nazismo na Alemanha. Naquela ocasião, cerca de 6 milhões de judeus foram mortos.
A falha moral dos indivíduos resulta em ações de preconceito, racismo, discriminação e intolerância nas relações humanas. Prejudicando a evolução da espécie, que em sua maioria busca uma sociedade mais justa, democrática e igualitária.
Novas formas de lutar por uma autonomia surgiram nos novos tempos, as pessoas se tornaram mais fortes e capazes de expressar e agir em busca de suas conquistas pessoais. Começaram a se libertar de suas prisões interiores e manifestar suas escolhas, essas mudanças ganham espaço e força, porém junto a elas surgem novas formas de mazelas sociais.
Em todos os tempos existem mudanças, o ser humano evolui a cada nova existência, porém a cada degrau alcançado também surgem novos desafios e muitos assuntos que precisam ser discutidos e entendidos. Muitas pessoas ainda insistem em não aceitar as diversidades e mudanças. A criação com preceitos ultrapassados e nada agradáveis, ainda grita no íntimo de alguns, que por orgulho não conseguem se desprender.
A dificuldade de convivência entre as pessoas, ainda é visivelmente um problema, uma intolerância, que fica cada vez mais inaceitável nos dias de hoje.
Já se perguntou se você é uma dessas pessoas intolerantes?
Primeiramente vamos definir o que é intolerância: intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões. Num sentido político e social, intolerância é a ausência de disposição para aceitar pessoas com pontos de vista diferentes.
Depois da definição voltamos à pergunta, será que existem mais pessoas tolerantes, que respeitam a individualidade de cada um, ou existem mais pessoas intolerantes nos dias atuais?
É com frequência que escutamos ou lemos, sobre relatos de desrespeito e intolerância em razão de opiniões políticas, orientação sexual, religião, nacionalidade, raça, entre outros. Aceitar aquilo que não se quer, ou ouvir com paciência opiniões diferentes das suas, são virtudes necessárias para a convivência em uma sociedade democrática. Infelizmente de tempos em tempos, vemos o enfraquecimento desses valores, no mundo todo.
Com a crescente tecnologia e o surgimento da era virtual é possível observarmos toda essa intolerância também nesse ambiente. Segundo pesquisas os dez tipos mais recorrentes de intolerância nas redes sociais no país é em relação à aparência das pessoas, às suas classes sociais, às inúmeras deficiências, à homofobia, misoginia, política, idade/geração, racismo, religião e xenofobia.
A intolerância religiosa muito presente ainda nos dias atuais é praticada, em maior escala, contra os adeptos das religiões de matriz africana. Os cultos afro-brasileiros foram perseguidos e criminalizados durante longo período da história brasileira. Quantas vezes presenciamos comentários preconceituosos de intolerância religiosa?
Quando não conhecemos algo temos a horrível tendência de julgar e condenar, como se fossemos juízes. Muitas vezes apenas por orgulho, para não admitir, que não temos conhecimento suficiente sobre o assunto.
Para combater a intolerância em geral, e neste caso priorizando a religiosa é necessário uma conscientização, um estudo e maior entendimento sobre o assunto em questão. Conhecer as origens das religiões, seus surgimentos, suas essências e suas virtudes são fundamentais. Quando nos aprofundamos em cada religião, passamos a respeitar suas crenças e costumes.
O Brasil como um país laico de diversidade religiosa, tem que educar sua população, trazendo conhecimento, entendimento, respeito e aceitação para a escolha de cada indivíduo.
A lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, prevê punição para crimes de discriminação, ofensa e injúria praticados em virtude de raça, cor, etnia, procedência nacional ou religião. E mesmo assim ainda nos deparamos com crimes dessa natureza.
Assim como a intolerância religiosa, podemos ver essa falta de aceitação contra as mulheres, que cada vez mais ganham seu espaço, estão mais independentes e conseguindo cargos importantes.
Mulheres quantas de vocês já ouviram uma piada de mau gosto só por serem mulheres?
O que trago hoje para questionamento é como essas mazelas sociais, atrapalham e impedem o progresso da humanidade, a independência do ser.
A busca pela evolução tem que estar de braços dados com o crescimento moral de cada indivíduo. Não existe mundo mais evoluído com habitantes intolerantes.
A cada novo dia é uma nova oportunidade para olharmos nosso próximo como irmãos, para praticarmos a tarefa da aceitação, do respeito e da empatia.
Em um mundo onde os seres são dotados do livre arbítrio e lutam pela igualdade, o que deve prevalecer é a vontade do aprimoramento, do progresso. Envoltos por uma força grandiosa, arrebatadora, igualitária, incondicional e resgatadora, o AMOR.
O que te define não é sua cor, credo, roupas, condições financeiras e sociais. O que te define são suas ações, seu conjunto de valores morais, sua predisposição a ajudar o próximo e a se melhorar a cada dia, se tornando cada vez mais tolerante, empático, se desprendendo de cada uma de suas más inclinações que são obstáculos para seu crescimento como pessoa e como cidadão em sociedade.
Temos que unir forças para um país melhor, um mundo melhor para se viver! Buscar a independência individual, a autonomia com aceitação coletiva, onde exista respeito às escolhas do outro, onde as diferenças não virem motivos de guerras, mas sim motivos de orgulho.
E fica a esperança e a vontade, para que as pessoas se aceitem, se respeitem e se tolerem mais. Para que o mundo seja um lugar mais feliz de se viver, onde exista amor uns pelos outros, pela natureza e pelos animais.
Onde o ódio dê espaço ao perdão, as tristezas virem alegrias, as intolerâncias acabem. Que aja entendimento, compreensão, fraternidade e igualdade. Uma evolução necessária para o progresso da humanidade!
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