Mulher

A Mulher Vítima de Violência: Uma Luta Pela Vida

Atualmente temos visto de forma bastante exposta alguns assuntos, reportagens e temas que trata da violência contra a mulher. Sabemos que o ser humano é um ser social e cultural e nesta esfera somos contaminados desde a gestação por marcas que constituem nossa personalidade.

Desta forma, todos temos uma ideologia, forma diferenciada de pensamentos, crenças, valores e estilos de vida. No entanto ao falarmos de violência, esta não é somente contra a mulher, pois ao vir a público, o ato violento se caracteriza como um atentado contra a vida e um alerta a sociedade e instituições.

 Qual direito um indivíduo adquire sobre o outro? Posse? Obsessão? Estamos na idade média, Brasil colônia ou algo desta esfera? Podemos possuir algumas experiências com roupagens modernas cobrindo atitudes primitivas, arcaicas como da era do fogo...  A tecnologia avança, mas o psiquismo ainda não possui a mesma velocidade de evolução ou progresso. Gostaria de ver as inteligências artificiais atuando nestes casos trágicos de violência contra a mulher, porém, ao sabermos da violência executada, ficamos perplexos (ainda bem).

 O Brasil segue sendo um país violento para as mulheres. Anualmente são registradas centenas de ocorrências de violência doméstica, de violência sexual, além das elevadas taxas de homicídios de mulheres que, quando motivadas pelas razões de gênero, são tipificadas como feminicídios.

O medo, a dúvida, a vergonha são algumas das explicações para esse silêncio, mas novamente nos contentamos em olhar para justificativas e não para as causas. E se queremos mesmo mudar essa realidade, é preciso encarar que a desigualdade de gênero é estrutural das nossas instituições também, e se apresenta como um obstáculo a ser transposto se queremos tornar o direito formal em direito de fato, universal e acessível a todas as mulheres.

Cabe a Nós vermos que para além da dimensão jurídica, comunicativa e policial, vemos que o medo, o acanhamento, a inibição, o mutismo, a tristeza, o choro, a mudança de hábitos e comportamentos estão inerentes a um ambiente em que ocorre violência com a mulher.  Esta violência é refletida pelo olhar de cólera, pela perda da finitude, do sonho, desejo, habitando neste lugar o reflexo de fuga, de desespero e até mesmo em atos de autoextermínio.

As mudanças continuam a ocorrer como um movimento que ganhou força própria e não tem retorno. Muito tem sido feito para que as leis e políticas possam ser implementadas e mais mulheres encontrem condições para acessar direitos e justiça. Falta avançar em maior engajamento, protagonismo, empoderamento dos indivíduos e comprometimento das instituições, governos e da sociedade para que essas sejam um compromisso da sociedade para com a vida!

Thiago Augusto Pinto

Psicólogo pela UEMG, Especialização em Psicologia Hospitalar pelo CFP; Especialista em Gestão Pública em Saúde pela UFSJ, Mestrado Profissional em Desenvolvimento Regional pela UEMG. Atua em Psicologia Clínica e Hospitalar. É orientador de campo de estágio em Psicologia Hospitalar. Investiga os seguintes temas: psicologia hospitalar e da saúde, medicina e instituições de saúde, teoria e clínica psicanalítica, saúde mental, história e introdução à Psicologia, clínica com crianças, adolescentes, adultos, gestão pública, políticas públicas e tanatologia.
 

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